Quando se fala de trabalho em equipe, nem sempre é fácil encontrar a melhor forma de unir as habilidades para atingir o objetivo comum. Pensando em simplificar e reinventar a forma de trabalhar, o conceito de OKR nasceu e, desde então, vem modificando e facilitando o sucesso de grandes empresas ao redor do globo.
Basicamente, OKR significa Objetivos e Resultados-Chave (Objectives and Key Results). Ou seja, é uma metodologia desenvolvida para tornar mais simples a definição de metas, seus resultados e a mensuração deles. Ou, ainda, um conceito que propõe visualizar a sua meta através de indicadores para tornar mais clara a comunicação entre times.
Adotando a prática de OKR, é possível reorganizar a maneira como uma meta é construída e visualizada pelas equipes. Para isso, é preciso levar em consideração o propósito (objetivo) de uma empresa. Depois, considere os resultados-chave como uma forma de atingi-lo.
Um modelo que trabalha com premissas:
Além dos pontos acima, também é possível definir OKR como um sistema de gestão de performance. Suas técnicas envolvem transparência, colaboração e dinamismo. Entenda mais:
- Dentro desta metodologia, a transparência significa melhorar e abrir expandir a comunicação para todos os níveis. Acredita-se que desta maneira torna-se mais clara a necessidade e o foco da empresa, levando-nos ao próximo ponto.
- Estando todos os funcionários alinhados e cientes da meta da empresa, fica muito mais fácil unir todos os esforços. Ou seja, trabalhar de forma colaborativa. É neste sentido que se atraem os funcionários para que trabalhem da melhor maneira suas habilidades, compartilhem suas experiências e tragam informações e visões diferenciadas para a resolução de qualquer questão.
- Por fim, o dinamismo exige bom entendimento do senso de urgência, gestão de risco e noção das relações lá fora. Logo, é o ponto indispensável para quem deseja trabalhar com as condições de tempo real e sempre atualizando seus planejamentos. Para cumprir este ponto é importante que sua estratégia seja sempre revisitada.
O OKR aplicado em empresas
Empresas como Netflix, Facebook e GoPro são bons exemplos de negócios que adotaram a metodologia e obtiveram o sucesso que buscavam. Desenvolvidas na era digital e da cultura de metodologias ágeis, estas e outras companhias precisaram se atentar às novas transformações tecnológicas e formas de consumo para crescer e se destacar neste novo universo.
“Os OKRs representam uma nova abordagem para a gestão do desempenho de negócios, seja uma corporação, uma empresa familiar, uma média empresa, uma empresa nascente, uma startup, ou ainda, uma instituição pública. […] Os OKRs vêm sendo posicionados como a metodologia de gestão usada com sucesso pelas empresas do Vale do Silício. O impacto da nova abordagem nas organizações foi bem captado por Jim Collins, “se cada equipe, líder ou indivíduo aplicasse os OKRs com rigor e imaginação, a sociedade poderia experimentar um aumento exponencial na produtividade e inovação.””
As palavras acima são de Emilio Herrero Filho em “Os OKRs e as Métricas Exponenciais: A Gestão Ágil da Estratégia na Era Digital” (Alta Books) e reforçam a importância de encontrar e seguir um caminho estratégico de sucesso para facilitar o alcance dos objetivos estabelecidos.
Mais do que reorganizar a forma de definir metas, esta metodologia também pode trazer bons resultados relacionados a integração de equipes, melhor gestão hierárquica, otimização de habilidades e atualização. Afinal, “como as demais metodologias de gestão empresarial e de estratégia competitiva, a abordagem dos OKRs é sensível à cultura da organização, ao estágio de ciclo de vida do negócio (se é uma startup ou uma organização estruturada), ao estado da arte da tecnologia, à motivação e interesse da alta direção, dos gerentes e equipe de colaboradores”, ressalta Emilio.
Como implantar a metodologia OKR no seu negócio?
Entenda perfeitamente como ele funciona
O primeiro passo é entender perfeitamente o mecanismo da técnica e esclarecer este funcionamento para todos os setores e líderes envolvidos. Você pode começar definindo um objetivo. Ele pode estar atrelado não apenas ao ponto-chave, mas também ao engajamento dos times. Alguns exemplos de objetivos são: ser autoridade no seu ramo de atuação; entregar uma solução inovadora para seus clientes; ser referência em atendimento.
Depois, visualize e desenhe o caminho a ser seguido para atingir o seu objetivo. Os resultados-chave, aqui, são uma espécie de indicador para mensurar o quanto você está perto ou não de alcançar a meta determinada.
Alguns exemplos de resultados-chave são: diminuir o índice de reclamações em portais de atendimento ao consumidor; melhorar o engajamento de publicações nos canais da marca; fazer parcerias com outras empresas do ramo que podem somar com a formação de conhecimento dos colaboradores.
Dialogue sem medo: princípio da transparência!
Não se esqueça de que comunicar é ponto imprescindível para quem deseja somar esforços em qualquer relacionamento. Ainda mais agora, no pós-pandemia, quando as reuniões no dia a dia físico diminuíram. Vale se atentar para não cometer deslizes com a equipe que está de home office. Neste artigo exclusivo do Blog VR, destacamos que “a capacidade de comunicação, por exemplo, que sempre foi fundamental para o desenvolvimento de qualquer profissional, se tornou ainda mais relevante no momento que o contato pessoal foi substituído por reuniões através da tela do computador. Passar uma mensagem clara em uma reunião virtual é um tanto mais complexo e exige mais do comunicador. Esta habilidade pode e deve ser treinada, sob orientação da equipe de pessoas.”
Seguindo esta lógica, é importante dizer que no OKR, decidem-se os objetivos em conjunto por líderes e equipe, e não apenas pelos gestores como em outros modelos.
Logo, os níveis mais altos do organograma decidem 40% das metas e os outros 60% são definidos pelos times, em conjunto. Desta maneira, assegura-se de que todos, independente de cargos, estejam envolvidos e engajados com o mesmo propósito.
O esforço é importante, mas o resultado precisa vir
Você pode ficar animado porque viu o engajamento máximo das equipes e se orgulha de todos que colocaram a mão na massa. Mas, de nada adianta tanto esforço e dedicação se o resultado não for atingido. Por isso, cuidado com a empolgação e não se esqueça de trabalhar com as métricas, como pontuou Herrero neste trecho:
“[…] A quarta mensagem é sobre como usar as métricas certas. Para que isso aconteça, é preciso levar em consideração: o propósito massivo transformador, a estratégia empresarial e, em seguida, a definição dos objetivos e dos resultados esperados. Em um contexto de oportunidades exponenciais, as metas não podem ser lineares. Elas precisam ser desafiadoras e difíceis de atingir para liberarem a imaginação e a criatividade das pessoas. As métricas não podem aprisionar as pessoas com objetivos que favorecem a manutenção do status quo. Ao contrário, as metas certas motivam as pessoas porque elas têm consciência dos resultados que precisam entregar pelo seu trabalho. Em síntese, é preciso desenvolver uma cultura de resultados”.
Comprove os resultados e estimule a cultura do feedback
Tão importante quanto o diálogo e o esforço conjunto é a forma de apresentação dos dados. O sistema de OKR veio justamente para colocar fim aos relatórios repletos de números frios e tabelas de excel.
Ou seja, na hora de comprovar e mostrar os resultados, colete dados, monte boas apresentações e invista em uma boa explicação para tornar a conversa ainda mais didática. Este tipo de atitude torna mais claros os pontos de atenção e agiliza processos e tomadas de decisão.
Além disso, você pode investir nas informações coletadas para gerar feedback com outros colaboradores da equipe e estimular melhorias entre os times. Este sistema permite uma visão mais global do mapeamento de ações necessárias, bem como melhor gestão de risco e de falhas para negócios multidisciplinares. Apesar de poder parecer como cobrança excessiva, a proposta das devolutivas é justamente o contrário: aproximar líderes e colaboradores e ajudá-los a encontrar as melhores soluções com menos estresse, que por sua vez, também é uma das soft skills mais buscadas pelos empregadores:
“A tolerância ao estresse, em tempos de tantas restrições e pressões como o atual, também se torna ainda mais importante na “caixa de ferramentas” do profissional moderno. Um bom acompanhamento psicológico por parte do time de gestão de pessoas pode ajudar com que os profissionais se sintam mais confiantes e resilientes […].”
Crie uma lista de OKRs mais precisa, sabendo o que é prioridade
Isso quer dizer que tudo bem ter mais de um objetivo ou propósito para cumprir. Mas, nem sempre será possível atingir todos de uma única vez.
Considere fazer uma análise do panorama geral para identificar o que tem peso 1 e o que pode esperar um pouco mais.
Fazer este tipo de mapeamento é fundamental para conseguir elaborar um bom plano de resultados-chave. Consequentemente, também vai ajudar a concentrar os melhores e principais esforços, já que será possível saber exatamente aonde os times devem atuar.
Por fim, quando se usa a metodologia OKR para classificar as suas urgências, otimiza-se todos os processos porque o caminho fica mais claro e, portanto, os níveis de estresse também tendem a diminuir. Afinal, aplicar energia onde não há o retorno esperado gera um desgaste intenso e desestimulador.
Além disso, o aumento da produtividade e o alcance de resultados esperados também é um excelente combustível para elevar a autoestima do colaborador e melhorar seu engajamento e dedicação dentro do time.
Você pode encontrar mais dicas para estimular equipes aqui no Blog VR e fazer uma simulação gratuita dos nossos benefícios aqui.
